quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Encosta-te a mim...

Eu não passo de um homem vulgar que tem a sorte de saborear a tua voz insegura e o paraíso nas tuas letras!

Obrigado Jorge! As tuas músicas fazem sonhar...

Ontem e pela primeira vez na minha vida assisti a um concerto de Jorge Palma. Eu sei que é um crime, mas os gostos musicais evoluem com o passar dos anos, são como os gostos alcoolicos... Primeiro somos malucos por cerveja e dizemos que vinho é horroroso, depois crescemos...

O álbum é recente, ainda não o explorei a fundo, o som estava mau e a voz rouca do "maluco" não ajudou, aquilo que poderia ser uma noite memorável ficou-se pelo bom concerto.

Para isto contribuiu o ambiente intimista do coliseu, o fantástico jogo de luzes e a mestria dos instrumentistas, Jorge incluído, sentado ao piano deixa-me em extâse...

Senti falta do Deixa-me Rir, do Jeremias, Cara de Anjo Mau e Maçã de Junho, mas gostei de voar contigo neste Vôo Nocturno, mais ainda por o ter feito junto do meu "Anjo de Olhos de Cor do Céu".

Jorge és grande, muito grande...

PS RAP não passas despercebido... Sérgio o parvo do "metralhinha" não me deixou cumprimentar-te, pedir-te uma foto e dizer-te que também tu és genial.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Evolução da Língua Portuguesa

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar "afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado!
As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico." De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos" ; passaram todos a "auxiliares da acção educativa". Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de "delegados de informação médica". E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas". O aborto eufemizou-se em "interrupção voluntária da gravidez". Os gangs étnicos são "grupos de jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são "centros de decisão nacionais". O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à "iliteracia" galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes "Conforto" e "Turística". A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» – eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante. Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um "comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade dos "encarregados de educação" , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de desenvolvimento instável". Ainda há cegos, infelizmente, como nota na sua crónica o Eurico. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o "politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...) Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas", "políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem. E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Já agora, as putas passaram a ser "senhoras de alterne".
Estamos “lixados” com este novo português, não admira que o pessoal tenha
cada vez mais esgotamentos e stress, já não se diz o que se pensa, tem de se
pensar o que se diz de forma "politicamente Correcta"

quarta-feira, 14 de novembro de 2007